quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mudar o Homem ou Mudar o Sistema

Ultimamente vejo muitos falarem "não importa o sistema em que o ser humano viva, o que importa é o homem mudar". Essa frase demonstra claramente uma coisa: burrice e total desconhecimento de CIÊNCIAS SOCIAIS.



A melhor opção seria aprenderem o que é um livro e lerem. E pelo amor de deus, sem filosofia. Masturbação mental que, em questões sociais, não serve para nada (pelo menos não no assunto que estou tratando).

Analisemos.

Por que a criminalidade é maior em ambientes de maior desigualdade? Acredito que qualquer um aqui (com um mínimo de massa encefálica) vai dizer que isso é devido aos problemas sociais que empurram as populações pobres ao crime. Então sigamos essa lógica.

Toda instituíção busca se perpetuar.
Falemos sobre o Estado.

Ele surgiu há muitos milênios atrás, quando grupos mais fortes oprimiram os fracos, e através dos tempos, foi se aperfeiçoando e se complexando até o dias atuais.
A desculpa que o legitima é semelhante a que os teístas a respeito de Deus: se ele não existisse, todos se matariam.

Nesse pensamento, sem o Estado para espancar, perseguir, torturar e prender, as pessoas simplesmente entrariam em um processo de assassinatos e genocídios. Se não houver um Governo, todos se matariam.

Vamos avaliar melhor. Olhem para a sociedade atual.
Em vários bairros pobres e favelas, a população tem que ficar submissa perante traficantes ou milicianos.
Gangues, ideologicas (neonazistas) ou baderneiros (manos) aterrorizam ruas e espancam inocentes.
Machismo, Homofobia, Intolerância Religiosa, Roubos. Tudo isso continua acontecendo.

Não acho que o Estado esteja fazendo um ótimo trabalho. Devemos exigir que faça? Desde quando ele fez?
O que vejo, por outro lado, é o contrário. O Estado nunca trabalhou para a sociedade porque não é para isso que ele serve.

Dizem que se ele não existisse, seria a lei do mais forte. Acontece que o Estado É o grupo mais forte que inventou um monte de mentiras para se legitimar. E os crimes dos governos são maiores que quaisquer outros.

Quantos morrem devido ao mal atendimento médico em hospitais públicos, devido descaso estatal?
Quantos morrem devido a guerra contra as drogas, no qual a mesma elite controla ambos os lados?
Quantos morrem devido a fome, pobreza, causada pelos altos impostos e desvio de verbas?

"Ah, mas é que no Brasil..."

No Brasil o que? Na Venezuela por acaso é melhor? Ou em Cuba? Ou Colômbia? Ou África do Sul? Ou Índia?

"Mas esses países..."

O que? Na China é melhor? Ou os EUA, com suas três guerras em andamento e um sistema bancário que provoca crises? A Europa, com o crescimento do Fascismo?

O Estado tem apenas um objetivo: defender a si mesmo e as outras elites, se houverem. E o argumento dele é sempre o mesmo: sem ele, seria o caos.
Assim sendo, se há Estado, precisa haver medo.

Se as pessoas não tiverem medo, o Estado perde seu poder. Ele se fortalece do medo. A Ditadura Militar e as Fascistas ocorreram devido ao medo de comunistas. A URSS e China realizaram ditaduras para nos "proteger do Capitalismo". Os EUA endureceram seu governo graças ao medo de terroristas.

O Estado se alimenta do medo.

E o Capitalismo da desigualdade, colocando todos uns contra os outros em uma eterna competição.

Como, então o Sistema não faz diferença? Como podem pedir liberdade e amor, se são escravos de uma instituíção alimentada pelo medo?
Como podem pedir solidariedade, se participam de um jogo onde é cada um por sí, e fugir das regras é suicídio?

Se querem mudar as pessoas, talvez primeiro seria bom mudar as regras do jogo primeiro. Porque no jogo atual, aqueles que tentam sair das regras morrem.
E todos os outros que o jogam, e seguem as regras, também.

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