quinta-feira, 9 de junho de 2011

Por que não sou: Tecnocrata



"O governo da ciência e dos homens de ciência,[...], não poderia ser outra coisa senão um governo impotente, ridículo, desumano, cruel, opressivo, explorador, malfazejo. Pode-se dizer dos homens de ciência, como tais, o que digo dos teólogos e metafísicos: eles não têm nem sentido, nem coração para os seres individuais e vivos. Não se pode sequer fazer-lhes uma censura, pois é a conseqüência natural de sua profissão. Enquanto homens de ciência, eles só podem se interessar pelas generalidades, pelas leis absolutas, e não a levar em conta outra coisa.
 [...]
Em sua organização atual, monopolizando a ciência e permanecendo, assim, fora da vida social, os cientistas formam uma casta à parte, oferecendo muita analogia com a casta dos padres. A abstração científica é seu Deus, as individualidades são suas vítimas e eles são seus sacrificadores nomeados."
 -Deus e o Estado, de Bakunin

 

A ciência sempre foi vista como simbolo de avanço para a humanidade, a luz que abre caminho na escuridão da ignorância e nos ajuda a caminhar sempre em frente.
Claro, ela erra, afinal são seres humanos os cientistas, mas ao menos ela reconhece quando falha.
As vezes.

Não quando a poder envolvido. O poder corrompe, e isso é fato. No atual mundo capitalista, um governo tecnocrata (tecnocracia = governo da técnica) nada mais seria do que um escravo do dinheiro, como todos os outros. E não adiantaria mudar o modelo economico.


Todo Estado é formado por uma minoria privilegiada. Privilégio leva a arrogância. Por melhores que sejam as intenções, seria uma questão de tempo aos cientistas agirem como todas as outras elites, perventendo os conhecimentos científicos para justificar seu próprio poder.

Não significa, entretanto, que devamos rejeitar a ciência. Isso seria um crime. Mas como disse Bakunin:


 "...a ciência tem por missão única iluminar a vida, e não governá-la." 
 

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